segunda-feira, 31 de março de 2014

Os hits do conjunto The Manhattans

Quem já ouviu  termo lembrança afetiva? Pois então falarei de uma agora. O LP Greatest Hits dos Manhattans.  O grupo foi formado em 1964 na cidade de Nova Jersey. Na formação tinham Winnie Lovett, Kenny Kelly, Ernest Bivens, Richard Taylor e  George Smith (falecido em 1970 e substituído por Gerald Alston).  O nome provém de uma bebida famosa na época a Manhatans que era whisk, vermute e bitters.  O sonho do grupo era fazer sucesso e assim atravessou rio Hudson para Manhatan e de lá para o mundo. E o interessante era que o grupo apostou nas baladas romântica numa época em que essa não era a tendência musical em voga. 

Era o disco meio que obrigatório para a maioria dos Disc Jockeys. Como dar um baile sem rolar Kiss and Say Good Bye ou Shinning Star? Nas rádios e nos programas blacks como os das equipes Zimbabwe, Black Mad e Chic Show rolava direto na seleção de lentas.

Lembro que eu passava na rua em que morava na periferia sul de sampa, ainda de terra, e de algumas casas saia o som dos The Manhattans. Principalmente da casa da saudosa Dona Delita, na casa do Val Negão, do DJ Lili, na casa da mãe do Reni e até lá em casa. E esse Greatest Hits lançado em 1980 pela gravadora CBS é muito bem escolhido. Um repertório que passa pelas clássicas até outras menos badaladas mas que são muito bonitas. Não tem muito o que falar de um disco assim, para quem gosta de R&B e melodias é deixar cair na agulha (ou no laser) e curtir.







domingo, 30 de março de 2014

Luizinho SP partideiro na palma da mão

Se existiu um departamento de pagode Luzinho SP foi de office boy a gerente com certeza.  Luiz Carlos da Silva nasceu em São Paulo em 01 de Março de 1968. Começou sua carreira como integrante do Grupo Sensação, como vocalista e banjoísta. Entrou no segundo trabalho do grupo e já conseguiu engatar suas composições , Na Palma da Mão, Alvorada, Sacode e Canto Nacional.  Luizinho é partideiro nato e compositor considerado, Outros artistas que gravaram seus sambas foram Zeca Pagodinho, Fundo de quintal, Reinaldo, Beth Carvalho, Royce do Cavaco, Katinguelê, Arlindo Cruz e Sombrinha, Sem Compromisso e outros.  Quando saiu do Grupo Sensação lançou seu primeiro solo em 1997 pela gravadora Velas.  E já nesse ano foi indicado ao prêmio Sharp de artista revelação do samba.

O blog dimiliduques põe a disposição o segundo trabalho de Luizinho SP titulado como Departamento do Pagode , que foi lançado pela gravadora Velas em 1999 e distribuído pela Universal Music. O CD foi produzido por Milton Manhães.  Luizinho além das composições próprias (Sede de Sambar, Louco Pra Pagodear, Esculacho) incluiu o clássico de Paulinho da Viola, Eu Canto Samba. 

A musicalidade do álbum é bem feita, com arranjos de qualidade e um bom trabalho de Luizinho SP nos vocais e banjo. Em sua discografia além dos dois álbuns já citados acima tem participação nos CDs  Um Natal de Samba (1999), Pagode do Terra Brasil (2000) e atualmente tem participado do projeto Na Palma da Mão no bar Vila do Samba que já rendeu um DVD ao vivo.

Passe aqui no setor dimiliduques e clique na capa








sábado, 29 de março de 2014

Vem na fantasia do swing


O nome dele é João Carlos de Oliveira, mas no meio da música é chamado de Joãozinho Carnavalesco. Nascido em no litoral paulista, na cidade de São Vicente, Joãozinho desde os anos 60 vem se apresentando. Sua careira deu uma guinada quando venceu um show de calouros do Programa do Bolinha na TV Excelsior. Bom abrir aqui um parênteses, pois tem o saudoso Joãosinho Trinta que é de fato um carnavalesco e o Joãozinho Carnavalesco que usou o termo apenas para nome artístico.

Ele tem em seu currículo passagens em conjuntos de respeito, por exemplo Trio Mocotó (70 a 77) e Originais do Samba, logo após a saída de Mussum entre 1982 e 1991.  Outra faceta de Joãozinho Carnavalesco são as composições, músicas como Esqueleto Folgado, Alegrias de Domingo e Voltei Amor tem a assinatura do autor. Ele também tem parcerias em composições por escolas de samba, por exemplo o enredo Nem Todo Azul é Mar Nem Todo Amarelo é Ouro, de 1998 da Unidos do Tucuruvi. Em sua discografia tem o lançamento de mais um álbum chamado Balança Brasil em 1997 pela gravadora CDP.

O blog dimiliduques fala do álbum do artista lançado em 1992, intitulado Tudo Mudou. Lançado pela JWC Discos de propriedade do empresário e produtor Jorge Hamilton. Um disco essencialmente de swing. Muita coisa legal , como por exemplo o sucesso Alegrias de Domingo e as balançadas Swing da Wanda, Bailes da Cidade, Swing de Família e as homenagens a Jorge Ben e Branca Di Neve. Nas composições além do próprio Joãozinho temos parceiras de Ademir, Fritz, Maurinho da Mazzei, Santaninha, Boca Nervosa e outros bambas.

Na lista de músicos muitos feras também: Arranjos e Guitarra -Maestro Jobam, Bateria -Toca Martins, Teclados -Fernando Merlino, Baixo – Ivan Machado, Percussão - Carlinhos Gonzales, Pandeiro – Bira Hawai, Sax Tenor - Luizão Ramos e outros.

Atualmente Joãozinho Carnavalesco mora na capital paulistana e entre aulas de percussão que leciona ainda arruma tempo e faz suas apresentações por onde quer que vá.

Clique na capa e Sá sabada bada







quinta-feira, 27 de março de 2014

Uma aula de Funkologia em dois tempos



Se for falar de funk (Funk mesmo) ele surgiu nos EUA na metade dos anos 60. Os músicos afro-americanos misturaram soul, jazz e blues e deram origem a uma música mais rítmica e dançante. No funk o groove é dado pelo baixo e bateria de fundos. Mas a guitarra é também elementar com sua batida e progressões de acordes mínimos.  Conforme a evolução musical dos funkers o molho musical foi acrescentado de metais e percussão. A palavra funk tem vários significados (medroso/covarde/terror/pavor/crise/depressão).  E a interessante tradução do inglês informal norte americano, onde diz que funk é cheiro estranho, de repente é uma gíria para quando os corpos dançavam até altas horas e o suor impregnava o ar.

Outra tradução (e a qual eu mais gosto) vem dos anos 70 quando os músicos de jazz nas jam sessions gritavam para outros músicos: Now, put some stank, funk on it!  Algo como, coloque mais funk nessa pegada! coloque mais ritmo, mais balanço nisso man!.

Ainda nos anos 30 a palavra funky apareceu, mas tinha conotação sexual, então demorou para ser usada, já que as raízes do soul e blues eram spiritual ou gospel. Mas aos poucos foi sendo usada pelos mais novos e com outro significado. 

O blog dimiliduques coloca a disposição uma bomba de coletânea. Só o nome é de admirar Funkology – On Nation Under a Groove - volumes I e II (não confundir com uma coletânea de mesmo nome só que da Motown).

Este CD foi lançado em 2001 pela Warner Music primeiramente na Inglaterra / Europa.  Na compilação escolhida a dedo por Nic Moran você vai encontrar várias pérolas da funk music. Sabe aquelas em que os Djs e Rappers fizeram a festa e samplearam até a última gota sonora? Então tem muita coisa aí, principalmente old school baseados na década de 70. Só para citar alguns dos artistas presentes: Parliament, Ohio Players, Funkadelic, George Clinton, Bar-Kays, Zapp, James Brown ..vixi..tá bom? Tem mais! Kool e The Gang, Charles Wright, Bootsy Collins, Sly and Family, George Duke…  Enfim uma ótima amostra para os que já entendem e melhor ainda para os iniciantes.

Clique na capa e sinta a funkologia

http://www66.zippyshare.com/v/38300945/file.html



quarta-feira, 26 de março de 2014

O som do Mamelo é maluco, é Mameluco



Mamelo Sound System, taí um grupo underground. E só fera ou como disse uma vez o RZO “quem é é quem não é cabelo avoa”.  Rodrigo Brandão e Lurdez Da Luz, só nessas duas cabezas já se tem um caldeirão de ideias. A caminhada já vem desde 1998 . Rodrigo já trampou como VJ, mas sempre envolvido com o rap de qualidade, principalmente os mais desconhecidos. 

No meio do rap mais “povão” o Mamelo passa incompreendido, meio obscuro, diriam as boas línguas: moderno demais. Nada daqueles versos de ladrão, tiros e balas a esmo (não que eu seja contra). As rimas são mais urbanas, quantas vezes me peguei de fone de ouvido viajando nas rimas e dando um rolê no centro  de sampa. Sei lá parecia às vezes trilha sonora (a faixa Vô q Vô é uma delas),  para os edifícios, pontes, esquinas, grafites, galerias e cannabis sativa na mente...

O CD que o blog dimiliduques posta aqui é o Velha Guarda 22 e foi lançado em 2006 pela gravadora Yb.  A capa é uma pista do que vem, o desenho, um misto de índio/africano em grafite e o nome do grupo em fontes tiradas da pichação. Gosto muito da música Morte e Vida Pequenina, bem intima e com certa melancolia. 

Não sei porque sinto algo Beastie Boys,  Pharcyde, meio Digable Planets permeando o som, mas deve ser impressão nostálgica mesmo. O bate bola da dupla no boom-bap é outro ponto forte, entrosados como Jorge Ben e seu violão. As vezes da para reconhecer referências e fragmentos de rap nacional, como Racionais e Duck Jam/Nação Hip Hop. 

É um trampo sincero, rebelde, conciso, nada de instrumentais comuns. E tem na produção Scott Hizard , que já trabalhou com De La Soul, Jungle Brothers, Brand Nubian e outros. Mas tem também os dedos e mãos de outros parças, como Jorge Du Peixe, Lucio Maia, Dengue,  Gustavo da Lua, Tejo Damasceno, Rica Amabis... 

O flow muitas vezes é daqueles dos primórdios dos anos 90, na batida,  outras vezes tem style próprio (vide a faixa Bença, Balanço e Chumbo Grosso). Som urbano, mas em busca de uma brasilidade perdida em atabaques e batuques que poderiam vir de um Naná Vasconcelos ou de um terreiro de macumba nos confins de um bairro paulistano qualquer.  Sintetizadores, beats e guitarras, couro e metal tecnológico. 

A formação hoje conta com Lurdez Da Luz e Rodrigo Brandão nos vocais, Professor M. Stéreo nas batidas e efeitos e DJ PG nos scratchs. Se ser diferente é uma meta mamelosoundista eles seguem a risca esse contrato cego. Poderia enquadrar algumas de suas letras como poesia concreta ou uma disputa ZAP!. Usando os  versos: Festa, pelo direito de Luta; Luta, pelo direito de festa. Mas é rap, em seu estado híbrido, afro-futurista, roots e contemporâneo ao mesmo tempo. 

Clique na capa e Vem que vem 





http://www.4shared.com/get/0qlFTWYc/mamelo_sound_system_-_velha-gu.html


terça-feira, 25 de março de 2014

Biro do Cavaco um dos maiores expoentes do pagode nos anos 90

Vamos falar hoje do cavaquinhista, violonista e cantor Biro do Cavaco. Nascido em 1957 em Campinas-SP, Silvio Mariano do Santos  tem em seu currículo de 30 anos de carreira, vários sucessos no samba/pagode.  Quem nunca ouviu a singela música Jéssica, que embalou o final dos anos 80 e fez muitos pais batizarem suas filhas com esse nome.  Sucesso esse do seu primeiro disco solo gravado em 1989 com o título de Trocando Olhares-Biro do Cavaco e Grupo Destak.

Biro atuou no começo de carreira como músico dos Originais do Samba e durante sua carreira além de seus trabalhos solos (um total de dez até esse 2014), criou vídeo aulas de violão e cavaco. Músico virtuoso, Biro fez muitas participações tocando cavaco. Por exemplo nas gravações de álbuns de Negritude Jr. , Jair Rodrigues, Olodum e outros.

Biro já fez excursões por vários países, tais como Equador, El Salvador, Honduras, Guatemala, Costa Rica e Japão (nesse último conquistou uma legião de fãs). Lembro que ele tinha um bar na Vila Mariana em São Paulo que era frequentado por quase todos pagodeiros e expoentes do gênero na década de 90. Se chamava Biru´s Bar , tive a oportunidade de fazer uma canja por lá numa quarta feira, junto com o Marquinho Cachorrão no violão, Mingau no tamborim e Beiço no surdo. Mas aparecia muita gente boa por lá, tais como Billy SP, Belo, Gonzales, Chiquinho dos Santos, Salgadinho, Sandrinho do É D+, Péricles, enfim acho que a maioria dos músicos e pagodeiros daquela época deram uma passadinha lá viu.

O blog dimiliduques destaca hoje o LP/CD gravado no final de 1993 e lançado em 1994, saiu com o título Do Amor A Paixão. Quarto trabalho na carreira, foi gravado no estúdio da Copacabana mas já com o selo criado pelo artista , a Biru’s Produções. O álbum teve arranjos e regência do próprio Biro e a participação de músicos que se tornariam muito requisitados nas gravações de pagode. Como por exemplo, Prateado no baixo, Rick na bateria, Gonzales na percussão, teclados de Lobão Ramos e violão Edmilson Capelupi. Outros músicos participantes foram; Beiço no tantan de corte e repique de anel, Serginho no pandeiro, Mingau no repique de mão e tamborim, Kitu na guitarra, coral com Edna Santos, Nenê, Beiço, Adilson e Robertinho.

E nas composições temos outros papas como, Chiquinho dos Santos,  Delcio Luiz, Arlindo Cruz, Claudinho Oliveira, Adalto Magalha, Leandro Lehart e por ai vai. É um disco bem gravado e onde se repara um bom aproveitamento na mixagem do cavaquinho de Biro do Cavaco. Muitas músicas legais que fizeram sucesso nas rodas de pagode. Tem a Procura, que é mais conhecida como “Louco”. A música título do álbum, Do Amor a Paixão e também a Nasci Pra Você com um lindo solo de cavaco na introdução. Os partidos Eterna Insatisfeita e Conselho Amigo, enfim  um álbum econômico na quantidade de faixas (apenas oito), mas que prezou a qualidade.


Não sou bom de dar conselho mas clique na capa


http://www.4shared.com/get/5bijkDUmba/1994_-_do_amor_a_paixao.html



domingo, 23 de março de 2014

Tim Maia 1972 uma obra prima da soul music brasileira

Tim Maia 1972, Disco essencial para quem gosta do Tim Maia, fácil de se encontrar na net, mas enfim como estou colocando meu gosto eclético/musical no blog dimiliduques a dose se repete aqui também. Sebastião Rodrigues Maia nasceu no Rio de Janeiro em 28 de Setembro 1942 e faleceu em Niterói no dia 15 de Março de 1998. 

Esse tinha o dom musical mesmo, para cantar e tocar. Se inspirava nos artistas americanos e chegou a passar uma temporada nos EUA. De onde foi deportado por uso de entorpecentes. Lá viveu como lavador de pratos e até babá.  Mas enfim a carreira de Tim decolou no Brasil a partir do seu primeiro LP solo de 1970. Aliás em minha opinião esses álbuns do Tim Maia são muito inspirados e merecem ser escutados são eles; os sem títulos de 1970,1971,1972, 1973, os dois volumes de Tim Maia Racional de 1975/76 e o de 1978 (Disco Club).

O blog dimiliduques traz o terceiro da carreira dele,  que saiu pela Polydor em 1972, onde a pulsação soul dá o ritmo misturado com baião e blues. Os arranjos foram do paraibano e grande pistonista Waldir Arouca Barros.

 De voz forte, assim como sua personalidade. Fez amigos e inimigos na noite. Mas o grande legado de dom Maia são suas composições e gravações. Sua vida é marcada por várias e várias histórias, muitas quais estão na biografia  Vale Tudo lançada pelo amigo e jornalista Nelson Motta .

Desse disco em especial tenho muito carinho e não canso de escutar as músicas Idade, Canário do Reino, There are the songs, Razão de Sambar. Mas tem também as baladas, que aqui são de uma sensibilidade e musicalidade acima da média. Tente não se emocionar com O Que Me Importa, com a voz quase sussurrando e um piano melancólico fazendo o contratempo. 

E a voz quase chorosa em Lamento, intercaladas pelas backing vocals, arrepia. Sem esquecer da canção Sofre cheia de sons de órgãos e interpretação divina. Na música Pelo Amor de Deus, Tim Maia não canta, ele suplica, implora, vive a música por inteiro.


Clique que vale muito







sábado, 22 de março de 2014

DMN, Cada Vez Mais Preto

Defensores do Movimento Negro eis que me refiro ao grupo de rap DMN. Surgidos na COHAB II de Itaquera, na zona leste de São Paulo em 1989.  Teve sua primeira aparição com a música Isso Não Se Faz na coletânea Consciência Black Vol 2.  A rapaziada mandava bem nas letras e ao vivo, com isso conseguiram um contrato com o selo Zimbabwe. Gravaram seu primeiro LP/CD solo (Cada Vez + Preto) em 1993 que foi distribuído pela Continental/Warner Music.

A formação nessa época era  Xis (que assinava X Ato), LF, Elly e DJ Slick, depois saíram Xis e L.F. e entraram Marcão I, Marcão II e Max. As letras em sua maioria falavam sobre racismo e a  situação dos afrodescendentes no contexto geral brasileiro. Mas não deixavam de fora temas como a injustiça social, violência dos bairros periféricos e da polícia. A capa era bem ao estilo rap, um fundo escuro e um jogo de luz nas faces sérias dos rappers. Sobre as bases e a produção,  foram do DJ Slick e o restante do grupo, percebe-se uma pequena influência ali do DJ KL Jay dos Racionais, já que os grupos eram bem próximos.

Esse álbum em minha opinião é mais um clássico do rap nacional. Seguindo os moldes dos álbuns do rap americano. Tem uma introdução interessante, Introduzindo Caos 92 Memória, uma vinheta intitulada  Geral e uma faixa bem montada (um misto de música e vinheta) com o nome de Aformaor!ginalmental e por fim uma faixa de finalização F...Inferno 93. Hoje dificilmente fazem essas liberdades poéticas, mas dava um quê a mais no disco. Falando nisso esse trampo do DMN é uma pedrada sonora. Difícil até escolher alguns destaques, já que faixa a faixa, cada uma tem a sua importância e graça.

De cabeça lembro muito de Já Não Me Espanto e o detalhe de uma voz repetindo ao fundo a palavra, EU, praticamente fazendo parte da batida. Outra é a Como Pode Estar Tudo Bem estilo G-funk  e a positiva Mova-se Prisão Sem Muro com um belo soul/funk sampleado. Em Lei da Rua o refrão tem música incidental de Toni Bizarro, Vai Com Deus, muito bem bolado. Na música Considere-se um Verdadeiro Preto, LF canta bem devagar e talvez por provocação a base usada é uma guitarra de rock.

As levadas dos manos eram mais calmas, sem desespero, meio De La Soul. Tinha também a faixa 4P, onde eles cantam: É quatro P’s (Poder Para o Povo Preto) falam de vários pretos de valor no mundo, como Spike Lee,  Djavan , Pelé, João do Pulo, Jackson Five, Quelé, Bob Marley, Mike Tyson, Jimmy Hendrix, Martin Luther King Jr, Malcolm X, Zumbi e por aí vai...   Atualmente o grupo é formado por Max, Marcão II, DJ Slick e Elly e um dos últimos álbuns nas prateleiras foi o 9 anos depois...o epílogo de 2013.

Mova-se e clique na capa






sexta-feira, 21 de março de 2014

Francamente um bom sambalanço

Um disco de estilo samba rock bem legal é o segundo álbum do cantor Franco de 1978. Lançado pela Continental e com produção de Wilson Miranda e arranjos de Messias Saint Jr (que já participou da produção do disco dos Originais do Samba em 1975) e Otávio Basso.  

É um daqueles clássicos dos bailes, "viraram" várias músicas desse LP para a galera dançar. Tirando os devidos pontos de importância mas comparativamente um sucesso musical como outros craques como Jorge Ben, Bebeto e Branca Di Neve.  E olha que eram musicas bem elaboradas e bem tocadas. Composições de personagens do naipe de Bedeu e Alexandre do Grupo Pau Brasil, Luiz Vagner O guitarreiro e Hélio Matheus , este último compositor de sucessos nas vozes de Luiz Américo (Camisa 10) e  Wanderléia (Kriola).

Quero ver não se envolver com o arranjo de metais da faixa Black Samba ou com o balanço e letra satírica de O Rock do Rato. Outra que destaco é a versão de Como (também gravada por Paulo Diniz e Bebeto) se liga no balançado contra baixo e nos solos/contratempos da guitarra tocada por Luiz Vagner.  E também a música Fazer Molho é na Cozinha com um teclado bem suingado e na percussão com "molho" de Branca Di Neve. Ao todo Franco lançou dez compactos e dois LPs (1974/78).

 Francesco Finato Scornavacca ou Franco, nasceu em 28 de Maio de 1948, é de origem italiana e veio para o Brasil aos oito anos de idade, morar no Rio Grande do Sul. Antes de se lançar solo, foi contrabaixista do conjunto Os Brasas (com Luiz Vagner nos vocais e guitarra) que se formou no bairro do Partenon em Porto Alegre. Mesmo interrompendo sua vida artísitca acabou fazendo carreira como empresário bem sucedido (por exemplo de Zezé Di Camargo e Luciano). Seus filhos também foram pelo caminho da música e formaram o grupo KLB.

Pois pra ouvir tem que me clicar


                                                                                                                                                                          

quinta-feira, 20 de março de 2014

Melôs, as coletâneas do amor



Sempre vi as coletâneas de músicas românticas com bons olhos. Eram as chamadas melôs ou melodias. Quantas lentas dançadas e quantos beijos aconteceram sob a luz de neon dos bailes. E o DJ gritava: quem esta sozinho agora é a hora!

Lembro das fitas cassetes em que gravava as seleções  dos programas da Zimbabwe, Chic Show e Black Mad. E nos discos piratas de rap sempre vinha uma ou duas melos. Lógico que tinha também os discos só desse estilo. Achava engraçado e até meio brega os nomes. Tinha o LP Love is Love, Love for lovers, Black in Love, Loves Loves, Black Total in Love, Love Line, Love Songs, Love Ballads e assim por diante, a maioria tinha um ”love” no meio.  

Hoje na internet é até fácil achar essas coletâneas com diversos nomes interessantes também. Resolvi fazer uma também, já que possuo muita coisa espalhada em mp3. Não vai ter nada de novidade ou coisa rara e sim as românticas que sempre ouvimos, mas não cansamos de ouvir de novo. Fiquei com muita dúvida sobre o nome da coletânea. Então recorri ao passado para me inspirar. E vai ter que ser meio engraçado, meio brega e objetivo, então coloquei, Melôs volume 1... 

 Clique com amor

 http://www26.zippyshare.com/v/25315373/file.html



quarta-feira, 19 de março de 2014

O som das pistas ecoa desde 1988

Parafraseando um amigo, esse disco é de “bailinho da escola” e realmente é bem por aí. Aqueles bailes de final de semestre ou ano. Eem que cada sala fazia o seu som. Trazíamos o som 3 em 1 de casa e cada um trazia um Long Play. Eu lógico que levava esse. Qual?  O Som das Pistas Volume 1 do DJ Iraí Campos de 1988. O LP teve a colaboração do DJ Cuca e produção técnica de Emerson Boitom. Gravaram nos estúdios da Fantastic Voyage e Fieldezz e o selo no caso era da BMG Ariola.

 O DJ Iraí Campo era um dos melhores da época. O problema é que raramente curti suas festas, pois além de eu ser “de menor” ele dava baile em casas noturnas mais puxadas para os “boys”, tipo a Sunshine, Contra Mão, Overnight e a Toco - que eram do outro lado da cidade. E também sua especialidade era mais para o dance/house/música eletrônica e eu gostava mais era de balanço (funk/rap).

Mas o cara é talento puro e empreendedor, lançou em 1987 a DJ Shopping, a primeira loja especializada em acessórios e equipamentos para DJs. Lembro que eu tinha uma camiseta da Dj Shopping no meu sonho de ser Dj. Aliás Iraí também deu aulas para iniciantes nessa arte. Trabalhou e fez sucesso em várias rádios FMs de São Paulo, comandando programas na Band, Transamérica, Jovem Pan, Energia e outras.

O nome Iraí Campos é sinônimo de dance/flash/house mas também de música, diversão e pista lotada. Atualmente trabalhos não faltam, desde discotecar em programas de auditório na TV Globo, SBT e Record até ser sócio/proprietário da sua própria casa noturna, no caso a Hystory e a Le Rêve Club. Enfim se quiser ler um pouco mais é só acessar o site do homem (aqui).

Voltando para zona sul de sampa, mais precisamente  na sala de aula do EEPG Dr Ayres Neto dos anos 80; dançávamos todos meio desengonçados, mas eu  arriscava um break para impressionar as meninas. Tênis da marca Rainha (modelo Iate) e agasalho da Adidas, era a minha moda. 

Que sensação boa a da agulha encostando no vinil e das caixas saindo o som da música Leslie do Boy White (no LP tem uma versão remix da hora), Rising To The Top de Kenny Burke (sampler de All Night Long da Maryjane Girls), Whos Getting It Now do Chocolate Milk, Girls Ain’t Nothing But Trouble do DJ Jazzy Jeff e The Fresh Prince (que era o Will Smith)  e claro dos chamados Megamix, praticamente um mini set pronto. As vezes o sucesso era tanto que outras salas se achegavam para o nosso baile ou ficavam olhando pelos vidros da sala. Cada um trazia uns salgados e refrigerante, eu levava sempre pão de forma com patê (preparado pela minha mãe Dona Dina) e uma Crush de 1 litro. Para você ver só, de repente um DJ nem sabe o quanto significou para uma geração, mas fica marcado na mente e no coração.


Clique e escute o som das pistas